segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Encontro certo - No dia errado!

Hoje resolvi sair de casa mais cedo para ir ao trabalho.


Naquela segunda-feira de trânsito intenso, você se preocupa em não chegar atrasado... de novo! E como o fim de semana foi corrido, você acorda meio grogue de sono, parece que nem dormiu o fim de semana todo, e vai se arrastando para o banheiro, até perceber que, de tão lerda que está, perdeu muito tempo no chuveiro e se não sair de casa nos próximos dez minutos, vai se atrasar MESMO!

Pelo bem de sua vida profissional, você decide deixar para fazer a maquiagem e calçar o scarpin quando chegar ao trabalho, e sai de casa já de uniforme, aquele que sua empresa encomendou no “nadasexy.com”. Como se não bastasse parecer com um trocador de ônibus, o seu cabelo fica completamente amassado depois de dar aquela dormida no banco do “coletivo”.

Prestes a descer do ônibus, em pé, perto da porta, percebe que tem alguém olhando pra você. “Eu não acredito nisso” – você pensa toda empolgada quando o cara mais lindo do mundo te dá aquela olhada apaixonante de três segundos. “Não é possível... não deve ser comigo. Da última vez fiquei com os olhos ressecados de tanto que o encarei fixamente e ele nem reparou... não deve ser comigo”.

O indivíduo olha de novo.
“Definitivamente não é comigo”
Mas você se lembra novamente daquela matéria que passou no fantástico que falava que bastam três segundos sustentando o olhar para a pessoa se apaixonar.

Terceira vez.
“Ai meus Deus! Não posso acreditar...é comigo sim, ele olhou de novo!” – você pensa totalmente radiante.

Ops! Você acaba de lembrar que sua cara amarrotada não está nem com um batom cor de boca. Essa não...
Ajeita daqui, ajeita dali... mas o cabelo não tem jeito.
“Ai, por que essa minha blusa tinha que ter uma cor tão horrível?”


Não adianta, você pode se produzir todos os dias, mas justo daquela vez que você resolver ir à padaria da sua esquina com aquela roupa odiosa, é o dia em que ele vai aparecer.

Conselho: ande sempre com um kit primeiros socorros fashion na bolsa. Principalmente às segundas-feiras.




sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Síndrome do Primário


Não me importa que hoje em dia não se diga mais primário. Vou continuar igual àquelas pessoas que dizem que fizeram o "científico" na escola...rsrsrs
O que importa é que estou sofrendo de uma síndrome. Um mal que já dura cerca de duas décadas.

Tudo começou no meu primeiro dia de aula na pré-escola e continua hoje, já na faculdade. É um sentimento de afeição totalmente infantil, eu sei. Mas fazer o quê? Não tem jeito, quando eu vejo, já foi!

É como ser uma criança, uma criança na primeira série.
Uma criança que chega cedo na escola só para sentar-se na primeira carteira, aquela que fica em frente à mesa da professora.

É sempre assim, geralmente elas vêm cheias de sorrisos 2 ou 3 vezes na semana. E você passa todos os outros dias esperando que chegue a aula dela: A SUA PROFESSORA PREFERIDA.

Na vida escolar, a professora é referência e alvo de todo amor das crianças.
Há todo um afeto, puro e simples, nessa relação, o que facilita muito o aprendizado. A criança ainda é pouco autônoma e precisa do adulto, o professor, que traz um mundo novo para ela.
Aí está o problema. As CRIANÇAS é que geralmente se sentem assim.
Crianças, e não jovens adultos na faculdade.
Não é possível, deve ser algum déficit de atenção! Rsrs


Nem sempre elas são professoras.
Mas sempre são mulheres independentes, inteligentes e bem sucedidas.
São mulheres com qualidades dignas de se admirar.
Geralmente são pessoas que têm algum conhecimento ou experiência que eu gostaria de ter. Logo, me servem de espelho, refletindo o ideal que imagino pra mim.
E do desejo do conhecimento, vem um desejo de intimidade, aquela coisa de amizade eterna, sabe? A coisa complica aí, quando você deixa de enxergar a professora e começa a ver um amigo em potencial.

Eu vi que, inicialmente, sou para essas mulheres apenas uma garotinha. Uma eterna e meiga garotinha com uma conversa inteligente.
Essas minhas “professoras preferidas” também acabavam percebendo que, como uma criança do primário, eu necessitava de atenção. Não como algo enfadonho, mas como algo prazeroso, que elas faziam questão de dar. E é quando chega nesse ponto que eu me sinto mal, pois odeio parecer infantil.

Quando eu era pequena, gostava de andar com pessoas mais velhas que eu. Gostava de conversar com adultos.
Sempre fui e sempre me senti meio infantil, dependente. Mas quando estava com as pessoas maduras, eu acabava sendo madura também. E acabei descobrindo que em alguns momentos eu era madura demais.

Acabei sendo a doadora dos conselhos. Acabei sendo os ouvidos dos problemas. Acabei sendo o colo e o abraço.

Depois que o tempo se encarrega de mostrar que eu nunca esqueci o que as pessoas deixaram de lado, depois que mostro que cativar, que criar laços, é algo extremamente apaixonante, elas vêm em mim uma pessoa que pode dar uma amizade verdadeira independente da diferença de idade.


Infelizmente, às vezes você se forma na escola antes que estes laços sejam efetivamente estabelecidos. Mas quando dá tempo, a amizade que nasce ali é levada para a vida inteira.

Agora aconteceu de novo.
Mas desta vez vou tentar não me sentar na primeira carteira, pelo menos não nas primeiras aulas. Vou tentar guardar as balas e bilhetes só pra mim. Ao invés de necessitar de atenção, tentarei “cativar”, assim como a raposa ensinou ao Pequeno Príncipe no livro de Saint-Exupéry.


"O que significada isso – cativar?"
"É uma coisa que as pessoas freqüentemente negligenciam", disse a raposa. "Significa estabelecer laços (...)"
(...)A raposa olhou fixamente para o Pequeno Príncipe durante muito tempo e disse: "Por favor cativa-me."
"O que eu devo fazer para cativar você?" perguntou o Pequeno Príncipe.
Você deve ser muito paciente". Disse a raposa. "Primeiro você vai sentar a uma pequena distância de mim e não vai dizer nada. Palavras são as fontes de desentendimento. Mas você se sentará um pouco mais perto de mim todo dia."


O Pequeno Príncipe -Antoine de Saint-Exupery








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